quarta-feira, 17 de dezembro de 2008

No ônibus

Uma das coisas que mais me irritam no ônibus logo pela manhã é ver velhinhos viajando em pé, porque os assentos reservados foram tomados por gente jovem, saudável e sem-noção. Esse povo tem que perceber que o idoso merece ficar sentado não apenas por causa da idade, mas porque já não tem tanto equilíbrio e pode se ferir gravemente em uma freada brusca. 
Também me irritam os imbecis que fazem a gentileza de compartilhar seu mau gosto musical com todos, ouvindo funk carioca, pagode e porcarias assemelhadas no último volume do celular. Usem fones, seus #$%!
E tem também a moça acima do peso que fica estacionada no meio do caminho xavecando o motorista ou o cobrador e atrapalhando a passagem. 
Há a turma das diaristas animadas, sempre falando e rindo alto. Elas também são responsáveis pela organização das festinhas de aniversário dos "colegas de busão", com direito a bolo e refrigerante às 8 da manhã. Os passageiros colaboram repassando pratinhos e copos de dolly cola ao cobrador e ao motorista.  Um dia um pedaço de bolo cai em cima de mim. Mas não me incomoda não, acho até divertido.
Quando se tem a sorte de estar confortavelmente sentado, é de bom tom oferecer-se para segurar bolsa/sacola/mochila/pasta do desafortunado que está em pé bem ao seu lado. Já é ruim ficar de pé, pior ainda aguentar o peso de suas tralhas por todo o caminho. 
O bom senso diz que se o gentil que estava segurando seus cacarecos sair, o lugar é seu.  Mas é bom estar atento e sentar logo. Eu já perdi lugar pra um mal-educado-bunda-rápida, que obviamente nem se ofereceu pra segurar minha bolsa e minha pasta. Sobrei com cara de * e fiz questão de apoiar minha pesada pasta no ombro do fdp. 
E quando aquele ser vestindo camiseta regata, blusinha frente única ou de qualquer outra peça de roupa que expõe axilas e costas suadas, ameaça me encostar? Dá um medo gigante de pegar micose. 
É tanta falta de noção que dá vontade de escrever um guia das boas maneiras no transporte coletivo, desses pra se vender no ônibus mesmo. Quem sabe, um dia.